terça-feira, 24 de novembro de 2015

Plêiades.

As Plêiades (Messier 45) são um grupo de estrelas na constelação do Touro. Também chamadas de aglomerado estelar (ou aglomerado aberto) M45, são facilmente visíveis a olho nu nos dois hemisférios e consistem de várias estrelas brilhantes e quentes, de espectro predominantemente azul, que se formaram nos últimos 100 milhões de anos. Há uma nebulosa de reflexão (nebulosas de reflexão são nuvens de poeira que refletem a luz de uma ou mais estrelas vizinhas e seu espectro é semelhante ao das estrelas que as iluminam) formada em torno das estrelas mais brilhantes. Fisicamente, a nebulosa de reflexão é provavelmente parte da poeira em uma nuvem molecular, sem relação ao aglomerado; esta poeira está cruzando o aglomerado. A matéria interestelar não é remanescente, pois a nebulosa e o aglomerado têm velocidades radiais diferentes, cruzando uma em relação a outra a uma velocidade de 11 km/s.
Os astrônomos estimam que o aglomerado irá sobreviver por mais 250 milhões de anos, depois dos quais será disperso devido a interações gravitacionais com a vizinhança galática.


As Plêiades estão entre os objetos do céu profundo conhecidos desde os tempos mais remotos por culturas de todo mundo, incluindo os Maoris (que as chamavam de Matakiri), os Aborígenes australianos, os Persas (que as chamavam Parveen/parvin e Sorayya), os Chineses, os Maias (que chamavam-nas de Tzab-ek), os Astecas (Tianquiztli) e os Sioux da América do Norte. 

Observações modernas contaram quase 500 estrelas pertencentes ao aglomerado aberto, espalhadas em uma área com dois graus de extensão na esfera celeste, correspondente a quatro vezes o diâmetro da Lua Cheia. Sua densidade estelar é muito baixa comparada a outros aglomerados abertos, razão pela qual os astrônomos afirmem que sua expectativa de vida é baixa. Este aglomerado é destacado do restante da Via-Láctea e forte ou moderadamente concentrado em seu centro.

Segundo Cecilia Payne-Gaposchkin, as Plêiades contêm algumas anãs brancas, que levantam uma questão astronômica intrigante: como um aglomerado aberto jovem pode conter anãs brancas? Tem-se a certeza que essas anãs brancas, fase final de certas estrelas na evolução estelar, fazem parte do aglomerado desde o início de sua vida e que não foram capturadas ao longo da existência do aglomerado. Como anãs brancas não têm massa superior a 1,4 massa solar (limite de Chandrasekhar), suas estrelas predecessoras também não devem ter sido mais maciças, pois se fossem, não gerariam anãs brancas, mas sim estrelas de nêutrons ou mesmo buracos negros. Contudo, estrelas de massa inferior a 1,4 massa solar usufruem de um tempo de vida de bilhões de anos e não apenas 100 milhões de anos, a idade do aglomerado. A única explicação plausível, segundo os astrônomos, é que as estrelas predecessoras das anãs brancas eram muito maciças e, que por isso, tiveram uma vida muito curta, mas de alguma maneira perderam suas massas na forma de vento estelar, por quase-colisões, pela rápida rotação ou pela ejeção de matéria na forma de nebulosas planetárias, diminuindo, assim, suas massas para valores menores do que o limite de Chandrasekhar, terminando suas vidas em anãs brancas.


As primeiras referências às Plêiades são encontradas nos livros Ilíada, escrito por volta de 750 a.C., e Odisseia, escrito por volta de 720 a.C., ambos de Homero, além dos escritos de Hesíodo. Estavam conectadas ao calendário agrícola dos gregos antigos à epoca. Na Bíblia, consta três referências ao objeto (chamado de "Kiymah"), em Jó 9:7-9, Jó 38:31-33 e Amós 5:8. Em língua japonesa, seu nome é "Subaru", inspiração para a indústria de automóveis de mesmo nome.


As nove estrelas mais brilhantes nas Plêiades têm os nomes das Sete Irmãs da mitologia grega: Asterope, Mérope, Electra, Celeno, Taigete, Maia e Dríope, junto com seus pais, Atlas e Pleione.

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Superlua e Eclipse Lunar Total

No próximo domingo, presenciaremos um evento raro. A ocorrência de uma superlua ao mesmo tempo que um eclipse lunar total ocorreu apenas 5 vezes no último século, sendo a última em 1982. Esta superlua, a segunda de 2015, será a mais próxima da superfície terrestre.

Vamos entender um pouquinho mais sobre estes fenômenos?

A Lua, nosso único satélite natural, encontra-se em rotação sincronizada com a Terra, mostrando sempre a mesma face visível, marcada por mares vulcânicos escuros, montanhas cristalinas e proeminentes crateras de impacto. Ao contrário da maior parte dos satélites ou de outros planetas, a Lua orbita mais perto do plano elíptico do que do plano equatorial. Sua órbita é ligeiramente perturbada pelo Sol e pela Terra de várias maneiras e com mecanismos de interação complexos.


Devido a essa rotação elíptica da Lua, acontece o perigeu, ponto de sua órbita em que ela se encontra mais próxima do astro (Terra) em torno do qual gravita. Quando nossa Lua atinge esse importante ponto, acontece o fenômeno da superlua. Nestes casos, por estar mais próxima da Terra, a Lua apresenta-se maior e mais brilhante que o normal.
Para se ter uma ideia da sua aproximação, a lua fica aproximadamente 50 mil quilômetros mais próxima da Terra quando está no perigeu, em comparação ao seu apogeu – nome do ponto mais distante que pode estar do planeta.


Já no caso do eclipse lunar total:

Os eclipses ocorrem apenas quando o Sol, a Terra e a Lua se encontram alinhados. Eclipse lunar é um fenômeno astronômico que ocorre quando a Lua é ocultada totalmente ou parcialmente pela sombra da Terra, em geral, sendo visível a olho nu. Isto ocorre sempre que o Sol, a Terra e a Lua se encontram próximos ou em perfeito alinhamento, estando a Terra no meio destes outros dois corpos.

Ao contrário dos eclipses solares que são visíveis apenas em pequenas áreas da Terra, os eclipses lunares podem ser vistos em qualquer lugar da Terra em que seja noite no momento do eclipse.

A sombra projetada pela Terra possui duas partes denominadas umbra e penumbra. A umbra é uma região em que não há iluminação direta do Sol e a penumbra é uma região em que apenas parte da iluminação é bloqueada. Quando a Lua entra na região da umbra, podem ocorrer os eclipses lunares parcial e total. No eclipse total, toda a face visível da Lua é obscurecida pela umbra e este obscurecimento total pode durar até 107 minutos.
A Lua não desaparece completamente na sombra da Terra, podendo assumir uma coloração avermelhada ou alaranjada. Isto é consequência da refração e da dispersão da luz do Sol na atmosfera da Terra que desvia apenas certos comprimentos de onda para dentro da região da umbra.



Este fenômeno também é responsável pela coloração avermelhada que o céu assume durante o poente e o nascente. De fato se nós observássemos o eclipse a partir da Lua, nós veríamos o Sol se pondo atrás da Terra.

Agora que entendemos um pouco de cada um dos dois fenômenos, estamos prontos para esperar sua chegada neste domingo. Fique atento:

Evento: Superlua e Eclipse Lunar Total
Data: 27 de setembro de 2015
Horário previsto: entre 22h e 1h30.

Não perca! O próximo acontecerá apenas em 2033.

quinta-feira, 30 de julho de 2015

O Fenômeno da Lua Azul

Na quinta, dia 30 de julho, acontece o fenômeno da Lua Azul.

Mas, enfim, a lua vai mesmo ficar azul?
Para aqueles animados com a possibilidade de ver o astro azulado, infelizmente, a resposta é não.


Lua Azul vista em 2012 do Equador.


O que, de fato, é a Lua Azul?
"Lua Azul" é o nome que os astrônomos de hoje dão para a ocorrência de duas luas cheias em um mesmo mês. Isso acontece porque o mês terrestre tem em média 30,5 dias, enquanto o tempo que nosso satélite leva para girar em torno do planeta é de 29,5 dias. Assim, cada ano em um calendário solar, contém quase 11 dias a mais que o ano lunar. A diferença, além de fazer com que as fases da Lua não caiam sempre no mesmo dia, origina o fenômeno da lua azul. Por isso, quando a primeira lua cheia aparece no começo do mês, há a possibilidade de completar o ciclo antes do fim do calendário.

De onde surgiu o nome?
O nome surgiu devido a expressão popular inglesa "once in a blue moon" ("uma vez a cada lua azul" - algo como o nosso "no dia de São Nunca"). Conta-se que o termo foi registrado pela primeira vez em um panfleto de 1524. Desde então, a expressão "once in a blue moon" passou a significar uma ocorrência rara.
O uso do nome para o fenômeno astronômico tem origem numa interpretação incorreta desta definição feita pelo editor James Hugh Pruett da revista Sky and Telescope em 1946. Desde a publicação, esta definição tem sido difundida e acabou tornando-se dominante. No entanto, diferentemente do que ele pensava, a Lua Azul não é um fenômeno tão raro assim. A repetição da lua cheia em um mês é um fenômeno que ocorre, aproximadamente, a cada três anos.
A última aconteceu em agosto de 2012 e a próxima será agora, dia 30 de julho de 2015.
Já em 2018, o fenômeno deve ser duplicado: ao invés das 12 luas cheias que geralmente ocorrem, o ano terá 14. Isso acontece quatro ou cinco vezes a cada século.

Então a Lua nunca ficará mesmo azul?
Nas ocasiões dos fenômenos de Lua Azul, nosso satélite continua prateado como sempre. Mas não é impossível ver, um dia, uma Lua realmente azul. Isso pode acontecer quando o céu tem grande quantidade de partículas suspensas, capazes de interferir na refração da luz. Cinzas vulcânicas e fogos florestais podem tornar a lua colorida e, segundo a NASA, a concentração das partículas pode deixar até mesmo o sol com uma aparência mais acinzentada, ou violeta.
Uma das últimas luas realmente azuis a serem registradas ocorreu após a erupção do vulcão Krakatoa, na Indonésia, em 1883. Considerada a maior erupção vulcânica da história moderna, despejou poeira na atmosfera equivalente a uma explosão de 100 milhões de toneladas de dinamite (ou a uma bomba nuclear de 100 megatons). O impacto foi tão grande que, anos após a erupção, a lua ainda apresentava um tom azulado.
Há ainda outros relatos relacionados a erupções de vulcões como o Monte Santa Helena em 1980, El Chichon em 1983 e o Monte Pinatubo em 1912 .