sábado, 26 de abril de 2014

A Não-tão-grande Mancha Vermelha de Júpiter.

A Grande Mancha Vermelha é um enorme anticiclone da atmosfera de Júpiter. Anticiclones (ou centros de altas pressões) são regiões onde a pressão atmosférica é muito alta e onde o ar se afunda vindo de cima. Com formato oval e coloração em tons de vermelho, a Grande Mancha é uma das características mais distintivas de Júpiter e corresponde a uma tempestade de grandes dimensões, a maior existente no Sistema Solar.



Experiências laboratoriais nos fazem crer que sua cor avermelhada se deve a existência de moléculas orgânicas complexas (substâncias químicas que contêm carbono e hidrogênio em sua estrutura) ou de fósforo vermelho aspirado pelas correntes de gás em movimento na atmosfera. A temperatura da tempestade em si é mais fria do que aquela ao seu redor e os ventos no seu interior podem atingir até 600km/h.
Algumas teorias tentam explicar a longevidade da Grande Mancha fundamentando-se no fato de o planeta Júpiter ser gasoso, não possuindo uma camada sólida como a Terra, o que faz com que a tempestade nunca encontre uma superfície na qual seja possível dissipar sua energia.


Graças a imensidão do tamanho de Júpiter (o maior planeta do Sistema Solar), é possível vê-lo através de equipamentos amadores e, com um pouco de sorte, ainda observar brevemente sua Grande Macha Vermelha. Pelo menos costumava ser assim.


Nas últimas décadas, a cor deste ícone jupiteriano tem adquirido um tom mais claro, parecido com aquele das nuvens que circulam ao seu redor. E, além disso, a Grande Mancha Vermelha também não é mais tão grande assim. Na verdade, ela está diminuindo. Astrônomos já sabem disso há séculos. Em 1800, seu aspecto era de aproximadamente 35° de longitude, o que corresponde a 40.000km, ou aproximadamente três vezes o diâmetro da Terra. Em 1979, quando as sondas espaciais Voyagers 1 e 2 sobrevoaram Júpiter de perto, a extensão longitudinal havia diminuído para 21°, o que corresponde a 25000km e, no entanto, sua altura permaneceu relativamente a mesma, cerca de 12000km.



 O que é surpreendente é que sua diminuição tem se acelerado nos últimos dois anos. Agora, a tempestade é menor e mais redonda - antes era ovalada. De acordo com John Rogers, coordenador de observações de Júpiter da Associação Astronômica Britânica, apenas este ano, a Mancha diminuiu de tamanho para 13.6° de latitude, uma expansão de apenas 15.900km. Ela ficou mais circular e com um tom mais alaranjado por volta de 15 de fevereiro de 2014. 

Um pequeno documentário sobre a Mancha: Documentário sobre a Grande Mancha Vermelha de Júpiter

(Fonte: http://www.skyandtelescope.com/astronomy-news/jupiters-great-red-spot/)

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