sábado, 26 de abril de 2014

Europa: A Lua jupiteriana que pode abrigar um oceano.

Europa é uma das quatro Luas de Galileu originalmente descobertas por Galileu no século 17. Não tão grande quanto a lua da Terra, possui um diâmetro de cerca de 3.100 km. Ela orbita Júpiter e está a aproximadamente 780 milhões de quilômetros do Sol. Tem uma infinidade de luas irmãs que também orbitam o gigante gasoso – a estimativa atual é de 66 luas.


Quando a sonda Pioneer (1973-1974) fez seu primeiro sobrevoo sobre o sistema de Júpiter, ela registrou uma imagem difusa da lua, mostrando uma pequena lua banal que parecia uma esfera gigante de mármore branco. Foi somente quando as naves espaciais Voyager (1979) fizeram um outro sobrevoo que os astrônomos tiveram um bom vislumbre e o interesse surgiu. O que as imagens mostraram foi uma pequena lua gelada, o que levou astrônomos a teorizarem que Europa poderia ter um oceano líquido submerso. Obviamente, a tecnologia tem avançado consideravelmente desde os anos 70, e agora temos muitas imagens de alta definição que apoiam ainda mais a teoria de que ali há um oceano de água salgada consideravelmente maior do que todos os oceanos da Terra. Além disso, uma equipe de cientistas liderada por Mike Brown, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, descobriu a presença de sal de sulfato de magnésio na superfície do satélite natural, uma grande evidência que aponta para a existência de um oceano salgado.


Júpiter tem o campo magnético mais poderoso de todos os planetas do nosso sistema solar, e é quase 20 mil vezes mais forte que o da Terra. Este campo prende elétrons e outras partículas carregadas, incluindo íons de enxofre e oxigênio, de erupções vulcânicas em Io, uma outra lua de Júpiter. As partículas neste campo giram ao redor de Júpiter à uma taxa de cerca de 10 horas por circuito, enquanto Europa leva 3,6 dias para orbitar o planeta na mesma direção. E como a Lua da Terra, Europa tem um lado que é sempre voltado para longe da superfície de Júpiter. Isso significa que ela também tem um lado que está constantemente sendo bombardeado com partículas de alta velocidade, o que altera a química da superfície de Europa. Ao olhar para as observações da sonda Galileu, cientistas viram que certas regiões não tendem a ter ácido sulfúrico congelado. “Se você está interessado na composição e habitabilidade do oceano interior, os melhores lugares para estudar seriam as partes com as menores concentrações de ácido sulfúrico”, disse Dalton, um deles.
Os pesquisadores acreditam que esses lugares são os mais propensos a ter compostos químicos que se originaram do interior de Europa, e não resultado de reações químicas da superfície.


Por fim, temos a idade observada da superfície de Europa. É muito jovem, sem crateras de impacto. Em última análise, o que isso sugere é que tem de haver algum tipo de mecanismo geológico em exercício que está constantemente repondo o material de superfície para limpar o registro de impactos. Normalmente, o culpado é o vulcanismo, como aqui na Terra, mas em Europa parece ser o movimento do gelo da superfície em constante agitação. Este movimento substitui as superfícies antigas e mantém a aparência jovem da lua. Este é um dos maiores indicadores para a presença de um oceano.


Obviamente, a única maneira de descobrir se de fato existe vida é indo lá, ou pelo menos enviando algum tipo de robô para ir em nosso lugar. Existem várias missões atualmente em fase de planejamento que visam enviar sondas para derreter o gelo até chegar ao oceano. Se existe mesmo vida ali, só o tempo nos dirá.

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